Sunday, March 26, 2006

Good vibes @ Maxime

provider: Melo D & Good Vibes Band
spot: Maxime
time: 0200
dose: 2 partes de 45 mins

Melo D apresentou-se no Maxime ao que consta pela segunda vez. O mítico cabaret de Lisboa, que Manuel João Vieira dos Ena Pá 2000 está a colaborar na recuperação e persiste com o ambiente de luz vermelha decadente, e isto não é pejorativo, tem recebido com regularidade projectos portugueses.


Melo D é um nome constante na cena musical portuguesa já com um longo caminho, do vocal dos mais que conhecidos Cool Hipnoise, á edição de um trabalho a solo "Chega de saudade" dado seguimento com "Chega de saudade". E o concerto foi por tempos uma viagem a quase duas décadas ao underground do hip-hop tuga com os Family com "1,2 Hip-Hop está no ar".

A carreira de Melo D não mostra ao vivo o que é um bom vinho, daqueles que ficam bons com o tempo. Não nada disso! Melo D apresenta-se com a Good Vibes band, e em conjunto tentam sim apurar o afro-brazilian-portuguese sound...e estão cada vez melhores. Desta feita ao leque de Chef's juntou-se Dj Kwan no corte e um percussionista. Isto além de guitarra, teclas e bateria. Apresentando essencialmente temas do seu ultimo álbum "Chega de saudade", Melo D e a Good Vibes Band foram espalhando vibrações positivas na decadência da sala vermelha do Maxime não deixando ninguém indiferente na sala. Não eram muitos mas o contágio verificou-se ao intervalo com Melo D a marcar pontos sem nunca deixar de passar criticas a la carte ao status quo do tanto quanto se passa na música em Portugal.

Sinal menos na hora de inicio muito tarde. Mas os compromissos chovem no mesmo dia e tinham estado horas antes em Vila Franca de Xira (ou perto).

Ursula rocks @ Lux

provider: Ursula Rucker
spot: LUX
time: 2330
dose: 120 mins

Ursula Rucker pela n-ésima vez em Portugal, mas desta vez comigo presente na audiência. Veio apresentar o seu ultimo trabalho, "Ma'at mama" editado em Fevereiro pela !K7, e os passados "Supa Sista", "Silver or Lead" de 2001 e 2003 respectivamente.

Habituada e agradada com as suas passagens por Portugal, esta pelo Lux contou com um palco com um triângulo composto por uma baterista, um guitarrista e Ursula. Do vértice da guitarra tínhamos uma sonoridade eléctrica com distorções e aplicativos que lembraram teclas. Do vértice da bateria contava-se compassos fortes e com uma maquinaria de sampling e loops. No vértice da frente Ursula Rucker debitava dbs de poesia numa voz limpa e clara nas palavras.

Viu quem foi um - a disco do lux esteve lotada - um espectáculo belo de palavras encadeadas em redor de amor, política, educação. Ursula preocupa-se em transmitir a feminilidade e a sua consciência social nas letras que escreve, e nas composições que apresentou, toda a sonoridade acompanhou e elevou o ambiente para o estado tal de compreensão da indignação contra o status quo de tanto o que está menos bem no mundo. E como K-OS ou outros artistas norte-americanos como N.E.R.D, não esquece a política externa de Bush.

A sonoridade essa vai desde a calma aparente característica de Nina Simone que é aliás uma das influencias denunciadas de Ursula, à raiva mesurada em rifts e bateria fortes como as de Rage Against The Machine de Tom Morello e Brad Wilk, ainda que num formato menos arrojado. A intenção é mesmo envolver as palavras nos sentimentos que transmitem, e embrulhar a audiência com a mesma vontade.

Foi um grande concerto, daqueles em que simplesmente se vai ouvir! Sim porque na generalidade dizemos que vamos ver um concerto, mas nesse dia 16/03/06 foi simplesmente sentar-me de costas para o palco no "1º piso" da disco, olhar para o rio e ponte Vasco da Gama, e ouvir as palavras e musicas que Ursula fez questão de rockar no sistema de som do Lux o corpo e mente de todos os presentes.

E quem foi presenteado com 4 encores...

Saturday, March 11, 2006

"Allow my self to introduce my self"

"Allow my self to introduce my self" chamo-me João Pina.

A música sempre esteve presente ao longo destes 23 anos de vida. Depois de espasmos e convulsões, revelou-se um parto natural, um movimento de maturação e aprendizagem da cultura musical: a rádio, depois a tv, novamente a rádio...o mainstream, o underground, as majors e as independentes... as discotecas e os clubes nocturnos, as saídas nocturnas, o clubbing ou simplesmente apenas "chillar"...

Tenho um gosto musical que nasceu como a banda sonora em casa todos os dias de manhã á noite, cresceu fora do circuito normal, na periferia de Lisboa Ainda há rádios que educam os ouvidos, e muito do pouco club culture que se vive em Lisboa depois de resistir ás lavagens cerebrais das rádios e espaços nocturnos generalistas.

A idade é apenas um dado estatístico, que não reflecte a passagem e o conhecimento adquiridos ao longo de uma década de procura e intercâmbio musical: o bmusic é uma visão caleidoscópica da música com cores pintadas com a paleta onde os sons graves brilham mais alto: o neo-soul, o funk, o hip-hop e r&b sem esquecer as raízes no jazz. Não é nos nomes, nem nos discos de ouro ou platina, não é na generalidade das rádios e tv's, não é por ser electrónica, ou orgânica ou acústica. É na fusão e na diversidade que vejo o melhor da música, na mensagem e na energia que transmitem.

Só se sabe do sabor da música quando se ouve, não se fia no ouvi dizer ou no li em qualquer lado, ou está no top ten mundial, nacional ou simplesmente porque está na área...Isso é apenas um ponto de partida para o controlo de qualidade e a distinção é fácil: se for boa passa, se não, não passa.

A voz fala de neo-soul, hip-hop, funk, r&b com um toque de jazz.

A mesma voz, sussurra uma jukebox que reune musicas por aí, aqui e acoli, onde reside o outro lado da mesma força.

bmusic é o universo!...

No principio era o verbo...

"no príncipio era o verbo, a palavra, e depois a rima..." e assim em 2004 se iniciou o projecto bmusic. Desde então a plataforma da radio permitia ter uma ligação constante pela net, onde criou-se o link para redireccionar á pagina própria do programa dentro da, na altura, RIIST - Rádio Interna do IST.

Desde de dia 6 de Março que a RIIST extinguiu-se e deu á luz a Rádio ZERO , um projecto com os mesmos nomes, a mesma força mas numa nova dimensão. Visitem o site que cada dia estará mais completo. E entretanto o bmusic tem aqui o seu espaço, testando o poder de um blog.